O herói é aquele que, tendo de escolher
entre o medo e a morte, se liberta do medo lutando.
Quem sou eu? Bom, é interessante que conheça o homem que vai duelar não é? Caso perca, o que espero sinceramente que aconteça, levara com você essas informações para o outro mundo e fará minha fama na pós-vida. Caso vença poderá se vangloriar a todos que teve a honra de derrotar o maior espadachim que o mundo já viu!
Quem sou eu? Bom, é interessante que conheça o homem que vai duelar não é? Caso perca, o que espero sinceramente que aconteça, levara com você essas informações para o outro mundo e fará minha fama na pós-vida. Caso vença poderá se vangloriar a todos que teve a honra de derrotar o maior espadachim que o mundo já viu!
Sou
Dantos filho de Albert Alfaiate e de Mariah Costureira! Não se engane com minha
origem humilde! Pois desde criança sou destinado à grandeza! Em meu pequeno
vilarejo as pessoas pagavam um pesado tributo em grãos, todos os anos, a um
cavaleiro errante que cobrava pesadas taxas todos os anos para nos proteger.
(dele mesmo pelo visto). Esse martírio só acabaria, segundo o profeta da vila
(um velho louco e babão), quando uma criança nascida no dia da coleta
derrotasse o poderoso Cavaleiro Cinza. Para infelicidade de meus pais eu nasci
nesse fatídico dia e contra o bom senso geral o profeta da vila me raptou.
Comigo no colo ele desafiou o cavaleiro dizendo que eu poderia derrotá-lo. O
cavaleiro riu e ainda tentou troçar comigo bagunçando minha única e pequena
mecha de cabelo dizendo que eu mais parecia uma menina. Mas nesse momento ele
espetou um dedo em um alfinete que eu tinha no cabelo segurando uma fita verde
(e viva o mal gosto de minha mãe) e caiu na risada dizendo que se era tudo isso
que eu podia fazer com ele a vila estava condenada. Ofendido pela loucura do
profeta ele anunciou que nesse ano ele cobraria o dobro em grãos e que passaria
em uma semana para a coleta. Se os grãos não estivessem prontos ele devastaria
toda a vila. Em conseqüência dessa ameaça o profeta foi preso e o povo correu
para ajuntar o tributo colhido. Uma quantidade tão absurda de grãos que
colocaria toda aldeia em apuros durante o próximo inverno.
Ninguém
sabe ao certo o que aconteceu depois disso. O profeta jura que o contato do
cavaleiro comigo foi suficiente para que ele ficasse doente. Tão doente que
quando veio cobrar o imposto na semana seguinte seu rosto estava deformado com
os músculos rígidos. Seu corpo sofria alguns espasmos e percebendo isso os
homens da vila conseguiram subjugá-lo com arados, foices e rastelos. Mas antes
de ser enforcado ele amaldiçoou-me a uma vida de dor e sofrimento. Anunciando
que o menor dos ferimentos seria como mil estocadas de espada e que meu sangue
lavaria a terra provocando mazelas por onde eu passasse tudo isso em nome de
sua infame derrota.
Cresci
sob a mácula do cavaleiro. Mesmo assim era muito querido em minha vila. Meus
pais sempre me educaram em seus ofícios temendo por minha frágil saúde, mas
decidi assim que atingi a idade adulta que não deixaria que minha maldição
determinasse o resto de minha vida. Contra todas as expectativas me tornei um
duelista! O mais valente de todos, porque é fácil você ser um herói quando não
se é amaldiçoado! Mas no meu caso, que aposto em desvantagem minha vida em cada
duelo, é muito mais valentia!
Então
sério, já sabe de meu passado. Sabe que tenho uma maldição que me torna mais
fraco do que qualquer outro espadachim, mas também deve saber que já venci
inúmeros duelos. Mesmo sabendo tudo isso está pronto para enfrentar Dantos o
Valente?
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